A romã, muitas vezes confundida como um fruto, é na verdade a infrutescência da romãzeira (Punica granatum). A árvore também é conhecida como romeira, romeira-da-granada, granado (espanhol), melagrane, pomegranate e witch grass (inglês), melograno (italiano), dentre outros nomes populares. A romã é originária do Oriente Médio e seu nome é derivado de rimmon e rumman, dos vocabulários semita e árabe, respectivamente. Assim como há diversas referências à diversas propriedades terapêuticas, também são das mais variadas menções da romã na História.
Benefícios da romã
A romã possui diversas propriedades terapêuticas. Acredita-se que o grande número de substâncias ativas se deve ao fato de que em seu habitat nativo a árvore teve que desenvolver meios de suportar o clima árido e às mudanças bruscas de temperatura. Os antioxidantes serviam para minimizar os danos causados pelo calor extremo durante o dia e frio durante a noite e a quantidade de gorduras em suas sementes, que facilitam a germinação em solos pouco receptivos. A romã é rica em antioxidantes que estimulam o aumento da circulação sanguínea nos órgãos genitais do homem, facilitando a ereção.
Estudos demonstraram que a romã é rica em ácidos gálico e elágico, substâncias que podem auxiliar na redução da pressão arterial e na prevenção de alguns problemas cardiovasculares, incluindo infarto e derrame, vez que reduz os níveis de colesterol LDL, responsável pelo entupimento dos vasos sanguíneos. Dentre os constituintes do romã estão o manganês, vitamina B2 e vitamina C, elementos fundamentais para a vida e necessários para o organismo humano executar diversas funções e, cuja escassez pode causar diversas enfermidades.
O chá feito com as folhas da romã é usado contra irritação nos olhos; o chá das cascas dos frutos por ser antimicrobiano auxilia no tratamento de infecções de garganta na forma de gargarejo, e se ingerido, é utilizado no combate às verminoses e apresenta atividade antimicrobiana contra Staphylococcus aureus, Clostridium perfringens e o vírus Herpes simplex II (herpes genital). Já o chá das cascas da raiz da romãzeira é usado em casos de diarreias e disenterias crônicas por conter alcaloides que servem como adstringentes, que também são responsáveis pelos efeitos vermífugos.
Benefícios da romã contra o câncer
O consumo do suco de romã pode ajudar no combate ao câncer de próstata ao reduzir a quantidade de células cancerígenas e sua metástase, causando a morte celular e a adesão das células malignas umas às outras, impedindo que se movimentem para outras partes do corpo. Após cirurgia e retirada do tumor, o suco faz com que o PSA, marcador da doença, tenha seus níveis no sangue reduzidos. Para outros tipos de tumores, os ácidos elágico, gálico e protocatequínico impedem a ação de moléculas que danificam a estrutura celular e desencadeiam o câncer. As antocianinas também tem comprovada atividade anticancerígena e os extratos da romã ajudam a diminuir o ritmo de divisão celular das células malignas.
A fruta consumida naturalmente é muito popular. Também pode ser usada salpicada em saladas, molhos ou sobremesas, sempre evitando o calor excessivo pois este pode desativar seus compostos ativos. Uma receita simples para o suco de romã pode ser feita através da mistura de um chá composto por água, mel, canela e cravo fervidos e posteriormente colocados na geladeira. Após a mistura ficar gelada, deve-se misturar a este chá o suco retirado dos caroços.
Contraindicações e efeitos colaterais da romãzeira
As partes medicinais utilizadas da romã são as sementes e cascas da infrutescência (fruto), tronco e raiz. Devem ser utilizadas com precaução, pois há relatos de intoxicações devido à alta concentração de alcaloides e à possível complexação destes com os taninos das raízes. Podem inclusive servir de veneno espasmódico, que pode levar a paralisia central generalizada. Os primeiros sintomas de uma intoxicação são alterações visuais, vertigens e vômitos.
História e curiosidades
A romã é rodeada por muitos simbolismos: os textos bíblicos e os povos gregos a consideravam como símbolo do amor e da fertilidade, consagrando sua árvore à deusa Afrodite. Para os judeus, a romã é um símbolo religioso, incluído no ritual do ano novo. Na mitologia iraniana, o fruto desejado da árvore sagrada é a romã e não a maçã.
Em muitas culturas, nas cerimônias e nos cultos, era considerada símbolo de ordem, riqueza e fecundidade. Uma antiga crença popular ainda resiste, sendo acreditado que se colocar três sementes de romã na carteira o "dinheiro nunca há de lhe faltar". A espécie Punica granatum faz parte da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS). O gênero Punica faz parte da família Punicaceae.