O pinhão-roxo (Jatropha gossypifolia) é uma planta também conhecida como batata-de-teu, mamoninho, pinhão-bravo, pinhão-de-purga, pinhão-paraguaio, pinhão, pião-roxo, purgante-de-cavalo, american purging nut (inglês), dentre outros nomes populares. Inclui o sinônimo botânico Adenoropium gossypifolium e pertence à família Euphorbiaceae.
Atividade antioxidante
A atividade antioxidante é positiva, devido ao alto teor de fenóis, flavonoides e taninos. Pesquisadores atribuíram a atividade sequestradora de radicais livres à presença de flavonoides. Por outro lado, um estudo mostrou que extratos diferentes de todo o vegetal tiveram apenas atividade antioxidante parcial. No extrato do pinhão-roxo são encontrados diterpenos, flavonoides e taninos catéquicos que possuem ação antibiótica eficaz contra a Candida albicans e Staphylococcus aureus, além de apresentarem potencial antioxidante. O pinhão-roxo é composto de ácidos graxos, açúcares, alcaloides, aminoácidos, cumarinas, esteroides, flavonoides, lignanas, proteínas, saponinas, taninos e terpenoides, dentre outras substâncias químicas.
Benefícios do pinhão-roxo no combate ao reumatismo
O pinhão-roxo pode ser utilizado como purgativo, vez que os glicosídeos presentes na casca de suas sementes agem como estimulantes da musculatura gastrointestinal. Também é útil para o tratamento de gota e outros tipos de reumatismo. Quando usado topicamente, o macerado das folhas possui ação sobre aftas na mucosa bucal e hemostática ao estancar o sangue, vez atua na coagulação do sangue de forma hemaglutinante (aglutina os glóbulos vermelhos do sangue). Quando misturado misturado com óleos puros, acelera a cicatrização de furúnculos.
Os óleos presentes nas sementes têm características adequadas ao consumo humano, estando dentro das especificações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os efeitos hipotensores e vasorelaxantes do extrato do pinhão-roxo reduz a arterial sistólica. Muitos usos populares do pinhão-roxo estão relacionados ao processo inflamatório. O extrato das folhas e do látex possuem atividade anti-inflamatória e, segundo estudos, foram capazes de reduzir significativamente as alterações inflamatórias locais induzidas no modelo de edema de orelha de camundongo.
Contraindicações e efeitos colaterais do pinhão-roxo
O pinhão-roxo deve ser utilizado com muita precaução, visto que suas folhas e frutos são tóxicos quando usados em excesso, vez que possuem uma toxina chamada toxalbumina. Os sintomas vão desde náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarreia mucosa e sanguinolenta, até dispneia, arritmia e parada cardíaca. O contato com o látex da planta ou mesmo com seus espinhos também pode causar dermatites de contato. A espécie apresenta potencial moluscicida, principalmente por conter saponinas na constituição de suas folhas e frutos, alvos de predadores como moluscos, insetos, larvas em geral e outros animais herbívoros.
História e curiosidades
O pinhão-roxo está distribuído no Brasil pela região Nordeste, Cerrado e Pantanal do Estado de Mato Grosso do Sul. É mais comumente encontrado em áreas tropicais, mas também pode se desenvolver em regiões subtropicais e semiáridas. Além da importância toxicológica e medicinal, o pinhão-roxo possui uso industrial, vez que o óleo das sementes é utilizado para iluminação, fabricação de óleos lubrificantes, tintas e sabões. Estudos mostram ainda a possibilidade da utilização deste óleo vegetal como biocombustível.
O nome é originário do grego jatropha, que vem de iatrós (médico) e trophé (alimento). Gossypium é um nome dado por Caio Plínio Segundo (Plínio, o Velho) à planta, que é produtora de algodão, e folium, que significa folha, vez que o seu formato é semelhante ao da folha do algodoeiro. A espécie Jatropha gossypiifolia faz parte da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS), constituída de espécies vegetais com potencial de avançar nas etapas da cadeia produtiva e de gerar produtos de interesse do Ministério da Saúde do Brasil.