Pinhão-roxo: saiba para que serve

Pinhão-roxo - Jatropha gossypifolia

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Conheça os benefícios, efeitos colaterais, indicações e propriedades medicinais do pinhão-roxo (Jatropha gossypiifolia), planta também chamada de pinhão-bravo.

Atualizado em 21/09/2022

O pinhão-roxo (Jatropha gossypifolia) é uma planta também conhecida como batata-de-teu, mamoninho, pinhão-bravo, pinhão-de-purga, pinhão-paraguaio, pinhão, pião-roxo, purgante-de-cavalo, american purging nut (inglês), dentre outros nomes populares. Inclui o sinônimo botânico Adenoropium gossypifolium e pertence à família Euphorbiaceae.

Atividade antioxidante

A atividade antioxidante é positiva, devido ao alto teor de fenóis, flavonoides e taninos. Pesquisadores atribuíram a atividade sequestradora de radicais livres à presença de flavonoides. Por outro lado, um estudo mostrou que extratos diferentes de todo o vegetal tiveram apenas atividade antioxidante parcial. No extrato do pinhão-roxo são encontrados diterpenos, flavonoides e taninos catéquicos que possuem ação antibiótica eficaz contra a Candida albicans e Staphylococcus aureus, além de apresentarem potencial antioxidante. O pinhão-roxo é composto de ácidos graxos, açúcares, alcaloides, aminoácidos, cumarinas, esteroides, flavonoides, lignanas, proteínas, saponinas, taninos e terpenoides, dentre outras substâncias químicas.

Benefícios do pinhão-roxo no combate ao reumatismo

O pinhão-roxo pode ser utilizado como purgativo, vez que os glicosídeos presentes na casca de suas sementes agem como estimulantes da musculatura gastrointestinal. Também é útil para o tratamento de gota e outros tipos de reumatismo. Quando usado topicamente, o macerado das folhas possui ação sobre aftas na mucosa bucal e hemostática ao estancar o sangue, vez atua na coagulação do sangue de forma hemaglutinante (aglutina os glóbulos vermelhos do sangue). Quando misturado misturado com óleos puros, acelera a cicatrização de furúnculos.

Os óleos presentes nas sementes têm características adequadas ao consumo humano, estando dentro das especificações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os efeitos hipotensores e vasorelaxantes do extrato do pinhão-roxo reduz a arterial sistólica. Muitos usos populares do pinhão-roxo estão relacionados ao processo inflamatório. O extrato das folhas e do látex possuem atividade anti-inflamatória e, segundo estudos, foram capazes de reduzir significativamente as alterações inflamatórias locais induzidas no modelo de edema de orelha de camundongo.

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Contraindicações e efeitos colaterais do pinhão-roxo

O pinhão-roxo deve ser utilizado com muita precaução, visto que suas folhas e frutos são tóxicos quando usados em excesso, vez que possuem uma toxina chamada toxalbumina. Os sintomas vão desde náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarreia mucosa e sanguinolenta, até dispneia, arritmia e parada cardíaca. O contato com o látex da planta ou mesmo com seus espinhos também pode causar dermatites de contato. A espécie apresenta potencial moluscicida, principalmente por conter saponinas na constituição de suas folhas e frutos, alvos de predadores como moluscos, insetos, larvas em geral e outros animais herbívoros.

História e curiosidades

O pinhão-roxo está distribuído no Brasil pela região Nordeste, Cerrado e Pantanal do Estado de Mato Grosso do Sul. É mais comumente encontrado em áreas tropicais, mas também pode se desenvolver em regiões subtropicais e semiáridas. Além da importância toxicológica e medicinal, o pinhão-roxo possui uso industrial, vez que o óleo das sementes é utilizado para iluminação, fabricação de óleos lubrificantes, tintas e sabões. Estudos mostram ainda a possibilidade da utilização deste óleo vegetal como biocombustível.

O nome é originário do grego jatropha, que vem de iatrós (médico) e trophé (alimento). Gossypium é um nome dado por Caio Plínio Segundo (Plínio, o Velho) à planta, que é produtora de algodão, e folium, que significa folha, vez que o seu formato é semelhante ao da folha do algodoeiro. A espécie Jatropha gossypiifolia faz parte da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS), constituída de espécies vegetais com potencial de avançar nas etapas da cadeia produtiva e de gerar produtos de interesse do Ministério da Saúde do Brasil.

Referências:
Félix-Silva, J., Giordani, R.B., Silva-Jr, A.A.D., Zucolotto, S.M. and Fernandes-Pedrosa, M.D.F., 2014. Jatropha gossypiifolia L.(Euphorbiaceae): a review of traditional uses, phytochemistry, pharmacology, and toxicology of this medicinal plant. Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine, 2014.
I. C. Abreu, A. S. S. Marinho, A. M. A. Paes et al., “Hypotensive and vasorelaxant effects of ethanolic extract from Jatropha gossypiifolia L. in rats,” Fitoterapia, vol. 74, no. 7-8, pp. 650–657, 2003.
D. Shahwar, S.-U. Shafiq, N. Ahmad, S. Ullah, and M. A. Raza, “Antioxidant activities of the selected plants from the family Euphorbiaceae, Lauraceae, Malvaceae and Balsaminaceae,” African Journal of Biotechnology, vol. 9, no. 7, pp. 1086–1096, 2010.
A. R. Kharat, A. K. Dolui, and S. Das, “Free radical scavenging potential of Jatropha gossypifolia,” Asian Journal of Chemistry, vol. 23, no. 2, pp. 799–801, 2011.
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