O kudzu é uma planta medicinal também conhecida como kuzu, kuzdu e pueraria. O kudzu de nome popular inclui a espécie Pueraria thunbergiana. Pertence a família das leguminosas. O kudzu é uma videira lenhosa, nativa do Japão e China. O seu cultivo ajuda a controlar erosão, fixar o nitrogênio da terra e alimentar gados. O processo para extrair a goma das raízes é demorado e pode levar até 120 dias, tempo no qual a raiz é cortada, lavada, batida e filtrada por até 50 vezes.
Benefícios do kudzu
Na Ásia, o kudzu é usado tradicionalmente como um remédio para o alcoolismo. Também é útil na medicina popular para tratamento de sarampo em estágios iniciais. Quando aplicada topicamente, auxilia na redução da tensão no pescoço e músculos do ombro. Ajuda a neutralizar venenos. Quando assado em uma panela seca, serve como tônico para o baço e ajuda a tratar diarreias, além de ajudar a alcalinizar o sangue (regular o ph e tornar o organismo menos ácido). A Pueraria lobata é constituída de goma, flavonoides, puerarina, daidzeína e fitoestrógenos.
Benefícios no combate ao alcoolismo
Estudos em animais sugerem que a Pueraria lobata, usada na medicina tradicional chinesa para tratar o alcoolismo, pode ajudar a reduzir a ansiedade, um dos responsáveis pelo abuso de álcool. Em um estudo com humanos, bebedores compulsivos que tomaram suplemento de kudzu consumiram significativamente menos cerveja em comparação ao grupo de bebedores compulsivos que tomaram um placebo.
A puerarina e a daidzeína possuem efeito sobre as substâncias químicas do cérebro envolvidas na neurotransmissão, particularmente sobre o ácido γ-aminobutírico, ou GABA, glutamina, serotonina e dopamina (hormônios que causam a sensação de bem-estar. A ideia de que o kudzu pode ajudar as pessoas a abster-se de comportamentos de dependência (álcool, cigarro e drogas) surgiu de um estudo de 1998 de Harvard, que demonstrou o efeito dos extratos de kudzu em hamsters alcoólatras. Quando administrado, os hamsters começaram a escolher a água em detrimento do álcool após o tratamento.
Mais recentemente, um estudo liderado pela pesquisadora Maria P. Arolfo e publicado na edição de novembro de 2009 da Alcoholism, Clinical and Experimental Research, mostrou que a daidzeína inibe uma enzima hepática chamada aldeído desidrogenase-2, ou ALDH-2. Isto é significativo porque esta enzima normalmente elimina o acetaldeído, uma toxina que se forma como subproduto da metabolização de etanol. Na ausência desta, o resultado final é uma diminuição do interesse em beber, devido a uma reação desagradável vulgarmente conhecida como ressaca.
Benefícios para combater o vício de cigarro
Em 2010, pesquisadores da Universidade de Huazhong, na China, relataram no Journal of Ethnopharmacology que a puerarina, um componente importante da pueraria, protege o cérebro de toxicidade por suprimir a atividade de glutamato em locais de receptores. Anteriormente, os pesquisadores do Instituto de Pesquisa Scripps, na Califórnia, estabeleceu uma ligação entre receptores de glutamato e GABA no cérebro e dependência da nicotina, publicado em 2004 na Annals of the New York Academy of Sciences. Da mesma forma, um estudo publicado na edição de julho de 2008 do Journal of Pharmacology and Experimental Therapeutics mostrou que a regulação dos receptores GABA em ratos diminuiu o desejo de consumir álcool, cocaína e nicotina.
Contraindicações e efeitos colaterais do kudzu
A Pueraria lobata pode interagir com muitos medicamentos, incluindo diluentes de sangue, metotrexato, medicamentos para diabetes, estrógenos e medicamentos modificadores de estrogênio, incluindo anticoncepcionais e medicamentos de cancro da mama, tais como o tamoxifeno. Há alguma preocupação de que o kudzu pode piorar doenças do fígado deixar a coagulação do sangue lenta. Um médico deverá ser consultado antes de iniciar o uso da planta.
História e curiosidades
O nome de gênero, Pueraria, foi nomeado pelo botânico suíço M.N. Pueraria. O kudzu é uma planta que cresce muito rápido, podendo atingir mais de 30 metros de altura em uma única estação enquanto mata outras espécies vegetais ao redor e toma conta da área, podendo se desenvolver inclusive entre as pedras. Apesar dos vários usos medicinais, é considerada uma erva daninha nociva em alguns lugares do mundo.