O barbatimão (Stryphnodendron adstringens) é uma planta medicinal também conhecida como alaramotemo, barba-detimam, barbatimão-verdadeiro, charãozinho-roxo, ibatimô, ilatimó, ulatimó, casca-do-Brasil, casca-da-virgindade, casca-da-mocidade, dentre outros nomes populares. Possui os sinônimos botânicos Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville, Stryphnodendron polyphyllum, Mimosa barbadetimam Vell., Mimosa virginalis Arruda e Acacia adstringens Mart. A espécie de barbatimão Stryphnodendron adstringens faz parte da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS), constituída de espécies vegetais com potencial de avançar nas etapas da cadeia produtiva e de gerar produtos de interesse do Ministério da Saúde do Brasil.
Benefícios do barbatimão
O barbatimão é uma árvore que se destaca pelo elevado teor de taninos de sua casca, seu principal constituinte ativo, que confere a maioria de suas propriedades terapêuticas. O poder de cicatrização e diminuição de hemorragias do barbatimão deve-se à eliminação de água de dentro das células, provocando uma contração das fibras. Os taninos também formam uma camada protetora sobre a mucosa ou tecido lesado, através de complexação dos taninos com íons metálicos, proteínas ou polissacarídeos. Vários estudos já validaram sua ação no processo de cicatrização das feridas na pele.
Chá de barbatimão
O chá da casca é indicado para uso externo em hemorragia uterina, ferida ulcerosa e para pele excessivamente oleosa. Além dos taninos, possui como constituintes químicos alcaloides, flavonoides, terpenos, estilbenos, esteroides e inibidores de proteases (como a tripsina). Os efeitos antimicrobianos previnem infecções na pele e estudos recentes apontam até seu uso como adjuvante no tratamento da cárie dental.
Os taninos da casca do barbatimão possuem atividade adstringente e por isso ele é conhecido como bá-timó na língua indígena, que significa "planta que aperta". Esta atividade confere propriedades cicatrizantes, bactericidas e fungicidas. Em estudos da Universidade do Estado de São Paulo, os taninos provenientes de extratos das cascas de barbatimão apresentaram comprovada atividade antioxidante e sequestradora de radicais livres, evitando danos oxidativos às células e retardando o envelhecimento.
Modo de preparo
Adicione 3 gramas de Chá de Barbatimão Medicina Natural em 150ml de água, após levantar fervura manter por 5 minutos. Após a fervura, desligue o fogo e tampe o recipiente, abafando o chá, por cerca de 15 minutos. Após isso, basta coar o chá e consumir.
Saiba para que serve a pomada de barbatimão
A propriedade cicatrizante presente em grande quantidade no barbatimão se deve a grande concentração de taninos em suas cascas, que possui efeito adstringente sobre lesões, cujo mecanismo exato ainda não foi completamente elucidado por estudos científicos. O barbatimão pode ter uso tópico, sendo aplicado diretamente nas áreas afetadas em forma de pó das cascas ou chás a partir das cascas deste, podendo ser utilizado também em forma de banhos medicinais, banhos de assento (banhos de sitz) ou líquidos para lavagem.
Além das preparações mais simples e popularmente utilizadas a partir das casas da planta, é possível encontrar formas farmacêuticas mais elaboradas como pomadas à base de extrato seco de barbatimão, normalmente aplicadas de 2 a 3 vezes ao dia. Em estudos concluídos na Universidade Estadual de Maringá, no Paraná, o extrato de barbatimão aplicado sobre feridas de ratos em comparação ao Nebacetin (líder de vendas em cicatrizantes), mostrou, ao final de 21 dias, maior diminuição do diâmetro da ferida, maior velocidade de formação de novo tecido e novos capilares sanguíneos, além de maior aumento de células de defesa.
Principais efeitos da pomada
Os taninos presentes na casca barbatimão, devido à sua atividade adstringente, favorecem a eliminação de água de dentro das células, provocando uma contração das fibras e aumento na velocidade de oclusão do ferimento. Os taninos também formam uma camada protetora sobre a mucosa ou tecido lesado, através de complexação dos taninos com íons metálicos, proteínas ou polissacarídeos.
Na planta estão presentes inibidores de proteases, que evitam que haja quebra das ligações peptídicas das proteínas, auxiliando no processo de cicatrização, visto que durante a cicatrização é necessária a formação de redes proteicas a fim de restabelecer o tecido. Ocorre uma diminuição da inflamação da lesão, reduzindo o edema da área da pele afetada. A Stryphnodendron adstringens também possui atividade antisséptica e antimicrobiana, o que evita a contaminação dos ferimentos e possível retardo da recuperação do tecido.
Contraindicações e efeitos colaterais do barbatimão
O chá da casca e das folhas em forma de lavagem é abortivo. As vagens e folhas são tóxicas, podendo causar grandes irritações nas mucosas do aparelho digestivo. O pólen é tóxico para as abelhas, não sendo indicada a apicultura nestas áreas. A pomada de barbatimão, assim como outras pomadas com propriedades medicinais similares, é contraindicada em casos de escaras em estágio avançado, como necrose de tecido com comprometimento de ossos ou tendões e de pacientes com crises de hipotensão.
História e curiosidades
Em curtumes, as cascas do barbatimão eram amplamente utilizadas no curtimento de couro. Os taninos, presentes em até 30% em suas cascas, podem transformar a proteína animal em couro. Durante secas e falta de capim, o gado se alimenta de suas vagens e folhas, porém estas são tóxicas e podem causar grandes irritações nas mucosas do aparelho digestivo, ou até mesmo abortos. Em contrapartida, o gado também ajuda na dispersão da espécie, vez que defeca suas sementes, que por sua vez, podem germinar no pasto. O barbatimão é nativo do cerrado brasileiro, sendo encontrada em maior quantidade em Minas Gerais, Goiás, Bahia, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.