O absinto (Artemisia absinthium) é uma planta medicinal também conhecida como absinto-comum, absinto-grande, absinto-maior, absinto-selvagem, artemísia-verdadeira, artemijo, citronela-maior, erva-dos-cem-gostos, erva-dos-velhos, erva-do-fogo, gotas-amargas, losma, losna-brava, losna-branca, losna-maior, sintro, vermute, dentre outros nomes populares. Na língua inglesa, é chamado de absinth, absinthe ou wormwood.
Benefícios do absinto
Apesar de ser muito conhecido como uma bebida com alto teor alcoólico e capacidade alucinógena, a maioria das pessoas desconhece suas propriedades medicinais capazes de atuar em diversas enfermidades, incluindo casos de afecção uterina, anorexia, ativação da circulação, anemia, atonia digestiva, azia, cólicas intestinais e menstruais, coriza, convalescença, diabetes, diarreia, distúrbios hepáticos, espasmos histéricos, problemas digestivos e renais, sinusite, vermes (lombriga, oxiúro, áscaris e amebas), dentre outras condições de saúde.
O absinto possui vasta gama de propriedades, incluindo ação anti-inflamatória, antiespasmódica e vermífuga. Hipócrates, o pai da medicina, fazia uso da Artemísia absinthium para casos de anemia, asma, reumatismo, dor de estômago e cólicas menstruais. Também era usada por místicos, e segue sendo usada até os dias de hoje através do conhecimento popular e também científico. A losna é utilizada como recheio em aves (principalmente gansos) e em alguns peixes. É acrescentada em pequenas quantidades em outras bebidas alcóolicas.
Licor de Absinto (Fada Verde)
A Artemisia absinthium é ingrediente principal da bebida absinto (fada verde), popular a partir dos anos 1880 e apreciada por artistas famosos como Baudlaire, Degas, Gaugin, Manet, Toulouse Lautrec, Vincent Van Gogh e Verlaine, além de escritores como Jack Londres, Edgar Allan Poe, Rimbaud e Oscar Wilde. Em razão de suas propriedades viciadoras e pelo altíssimo teor alcoólico, a bebida foi proibida em alguns países durante muito tempo, embora parte das propriedades perigosas da bebida tenham advindo de sais de cobre que proporcionavam sua cor predominante.
O absinto não foi criado com o objetivo de ser uma bebida alcoólico para consumo social. O médico francês Pierre Ordinaire (1741-1821) a formulou com o intuito de que ela fosse uma espécie de remédio “cura-tudo”, contudo, o médico resolveu potencializá-la adicionando álcool a 75% e acabou descobrindo o potencial de consumo da mesma. O licor de absinto passou a ser consumido na França como uma bebida alucinógena e não com finalidades médicas e, por isso, ficou conhecida mundialmente famoso como sendo um licor que proporcionava grande inspirações a poetas, músicos, pintores e artistas em geral, até que seu uso fosse proibido.
Contraindicações e efeitos colaterais do absinto
Como sua estrutura possui um componente químico denominado tujona, certas doses podem provocar alguns efeitos colaterais, incluindo alucinações. A tujona é um composto químico, derivada do tuieno, que ocorre em várias plantas, como a tuia e a sálvia. Devido ao teor em taninos (polifenóis de origem vegetal), é possível que haja interação com sais de ferro, zinco ou chumbo, assim como com alcaloides, portanto, sempre antes de consumir um medicamento ou bebida à base de Artemisia absinthium, leia antes a bula, ou mesmo consulte um médico. Deve ser evitado durante a gravidez e a amamentação. Doses grandes são tóxicas e podem causar náuseas, vômito, vertigem, inquietudes e delírios.
História e curiosidades
O uso do absinto datado desde o Egito Antigo, onde a planta era usada por conta de suas propriedades medicinais. Foram encontradas citações à respeito de sua utilização em um papiro egípcio datado de 1.600 a.C. Na Grécia Antiga, o absinto era dedicado à deusa Ártemis (Diana, entre os romanos, deusa da caça e da castidade). É uma planta nativa da Europa e da Ásia, de folhas recortadas de cor cinzenta e sabor amargo.
Antigamente, escritores misturavam um pouco de suco de absinto na tinta da caneta que escreviam manuscritos, para evitar que ratos se alimentassem dos mesmos. A Artemisia absinthium faz parte da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS), constituída de espécies vegetais com potencial de avançar nas etapas da cadeia produtiva e de gerar produtos de interesse do Ministério da Saúde do Brasil. O absinto faz parte da família Asteraceae.