A Chlorella vulgaris é uma microalga que está presente na terra desde o período pré-cambriano, sendo descoberta em 1890 por Martinus Willem Beijerinck como a primeira microalga com um núcleo bem definido. Em 1990, cientistas alemães identificaram altos níveis de proteínas na clorela e passaram a utilizá-la fonte de alimento. Atualmente, o Japão é o maior consumidor da alga.
Benefícios e propriedades medicinais da chlorella
Estudos realizados em animais demonstraram que a chlorella auxiliou na melhora da capacidade do sistema imunológico de combater bactérias e vírus em camundongos. Em 2012, uma pesquisa testou os efeitos da alga no sistema imunológico salivar de seres humanos. Um total de 30 pessoas saudáveis receberam suplementação de chlorella e 30 outras pessoas que receberam placebo durante um período de 4 semanas. Este ensaio foi repetido 12 semanas depois, por outro período igualmente de 4 semanas nos mesmos indivíduos.
Os pesquisadores descobriram diversas mudanças positivas e significativas que sugeriam um sistema imunológico fortalecido devido ao uso da chlorella. Contudo, os pesquisados reconheceram que havia limitações nesse estudo e sugeriram que fossem realizados testes adicionais caso fossem necessários. Estudos realizados em 2009 em camundongos descobriram que alga teve papel significativo na prevenção do declínio mental relacionado à idade. Parte disso parece ser resultado da ação antioxidante da chlorella no cérebro. Apesar disso, estudos mais aprofundados em humanos são necessários para comprovar tal efeito.
Redução do risco de câncer
O estrogênio é um hormônio importante para a saúde de homens e mulheres, e existem certas substâncias que imitam o estrogênio e que podem penetrar no corpo através do solo, água, ar e outras fontes contaminadas. Tais substâncias são conhecidas como xenoestrogênios e pesquisas mostraram sua relação direta com o desenvolvimento de vários tipos de câncer. Em 2005, descobriu-se por meio de uma cultura em laboratório contaminada com um xenoestrogênio chamado BPA, que o tratamento com clorela removeu completamente toda a atividade estrogênica do BPA da cultura. Todavia, devam-se realizar mais pesquisas em animais e seres humanos, a fim de mostrar que a chlorella realmente tem o poder de reduzir significativamente o risco de cânceres por compostos que imitam o estrogênio, conforme ressalta a American Cancer Society, visto que ainda carecem evidências científicas.
A capacidade de chlorella para combater as células cancerígenas tem sido demonstrada em vários estudos científicos. Vários cientistas acreditam que chlorella estimula a atividade das células T, componentes importantes do sistema imunológico, além dos macrófagos, células que protegem contra infecções, removendo produtos residuais, microorganismos nocivos e outras toxinas da corrente sanguínea. Ao aumentar a produção de células T e macrófagos, o organismo aumenta os níveis de interferon, melhorando assim, a capacidade do sistema imunológico de combater substâncias invasoras, tais como bactérias, vírus e produtos químicos. O interferon é uma proteína produzida pelo organismo que realiza atividades antitumorais. Estudos em animais de laboratório sugerem que as substâncias na chlorella podem reduzir a supressão da medula óssea em pacientes que tomam a droga anticâncer Fluorouracil. Nesta interação, a alga pode aumentar o contagem de glóbulos brancos e plaquetas, o que reduz a risco de infecção e sangramento, respectivamente.
Desintoxicação
A chlorella é uma fonte rica de clorofila, proteína, ferro, magnésio e aminoácidos, sendo conhecida principalmente como um suplemento desintoxicante, capaz de remover metais pesados do corpo, e frequentemente indicada para pacientes que estão passando por processos de quimioterapia ou radiação. Além disso, é útil para auxiliar a reduzir a carga química do corpo e apoiar o fígado no processo de limpar o organismo sem necessariamente retirar do organismo os minerais benéficos para o corpo. O uso ideal da alga no processo de desintoxicação consiste em tomar pequenas quantidades ao longo do tempo a fim de evitar o acúmulo de metais pesados no corpo, conforme estudos. Estudos clínicos de animais de laboratório também mostraram que a chlorella pode proteger contra radiação gama e outras drogas e produtos químicos tóxicos, incluindo dioxina. Nos intestinos, as substâncias da alga são capazes de desativar metais pesados como cádmio, chumbo e mercúrio.
Preparações
A chlorella está disponível em várias formas, incluindo cápsulas, comprimidos, líquido, pó e softgel. Pode ser consumida de forma pura ou combinada com outros extratos de alimentos, incluindo cevada, espirulina e trigo. Cápsulas e comprimidos estão disponíveis em doses de 200 a 500 miligramas (mg). Não há dosagem padrão, mas alguns fitoterapeutas recomendam a ingestão de 3 gramas por dia.
Contraindicações e efeitos colaterais da chlorella
Estudos realizados em 2003 demonstraram que algas verdes podem ser infectadas por vírus. Diversas evidências foram encontradas por pesquisadores sobre esses vírus de algas que infectam seres humanos e levam à redução das funções mentais. Um estudo de 1996 encontrou propriedades similares às endotoxinas em um extrato de chlorella. As endotoxinas são substâncias conhecidas por causar inflamação em humanos caso administradas em condições de laboratório. Contudo, o efeito varia conforme a dose administrada.
Precauções
Embora seja considerado seguro, deve-se ter um certo cuidado com relação à chlorella no que diz respeito aos níveis moderados de iodo nela encontrada, especialmente em pessoas que tenham problemas da tireoide ou mesmo pessoas que tenham alergia a iodo. Há dúvidas quanto à segurança do uso durante o período da gravidez. Sendo assim, grávidas e lactantes devem primeiramente conversar com seus médicos e avaliar se esses suplementos são ou não seguros e benéficos. Pessoas com problemas de coagulação devem prestar atenção ao uso da alga, vez que ela contém alto teor de vitamina K, nutriente que promove o aumento da coagulação.